Débora Campos, CEO da AgroGrIN Tech, uma das entidades do consórcio do projeto Pep4Fish, foi a oradora principal no Congresso BioIberoAmerica 2024, em Monterrey, no México. Durante o evento, destacou os avanços do projeto na extração de bromelaína, uma enzima do abacaxi, para a criação de hidrolisados destinados a novas dietas para robalo e dourada.
Num contexto mundial em que a valorização sustentável dos subprodutos é essencial para reduzir o impacto ambiental e promover economias circulares, a AgroGrIN Tech, através do projeto Pep4Fish, transforma resíduos do processamento de ananás em produtos de alto valor para a alimentação de peixes, apoiando o objetivo de zero desperdício.
Os estudos realizados revelam uma eficiência de conversão de 75% dos resíduos de ananás em produtos úteis e uma redução significativa das emissões de gases de efeito estufa. Estes hidrolisados — produtos obtidos que facilitam a digestão e a absorção de nutrientes pelos peixes — estão a ser testados em laboratório para avaliar o seu impacto no crescimento e desenvolvimento de espécies como o robalo e a dourada.
O Pep4Fish demonstra, assim, a viabilidade de transformar subprodutos de ananás em produtos valiosos, contribuindo para a redução de desperdícios e promovendo práticas industriais sustentáveis. O projeto continua a focar-se no aumento da escala do processo, na melhoria dos rendimentos e na expansão da cadeia de valor para incluir outros subprodutos. Isto sublinha o potencial das estratégias de valorização de resíduos na promoção da sustentabilidade ambiental e da resiliência económica no setor da aquacultura.
Este projeto é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e é desenvolvido no âmbito da agenda mobilizadora do Pacto da Bioeconomia Azul (PBA).